Antes dormir, segurei minha pedra topázio. Entre os meus dedos o azul, a pedra e o silencio. O topázio significa sensatez, é pedra que vem da fundo da Mãe terra e é aquela que traz chão aos aluados.
Lúcida dormi, pra depois acordar desmemoriada.
Como que de contraste, fui parar numa manhã sem chão. No meu despertar, só haviam metas e objetivos a serem cumpridos. Caída no espaço vago, me levantei, e o até o próprio espaço se fez inconciente de si, envolvendo me na embriaguez matinal onde tudo se fez irreal.
Arrumei a cama, lavei o rosto com agua morna, escolhi um vestido azul pra ficar confortável e doce, me espetei com o brinco de pérola, escovei o cabelo, esquentei leite e pus waffles pra torrar, tomei café da manhã deixei a casa. Mais um dia.
E como todos os dias de uma história pressentida, nada aconteceu sem a condolência final da noite. E certeira ela chega. Sempre chega, una e azul, como meu topazio.
Antes de dormir, a prece. Mas antes da prece, a falta.
Mas cadê o topazio ?
Corroi me as entranhas o fato de que na tentiva de ordem acabei por perder minha pedra raiz.
Sem consolo, não me conformo.
Só me vem revolta para com minha ansia.
Vento tornado que nunca para e tudo revira, que você abra os oceanos, mas não cave uma sepultura marinha.